Valores: Amor, Amizade, Solidariedade
Idade: 39 anos
Naturalidade: Guarda
“Ainda bem que chegaram, estamos mesmo a precisar de boa disposição!” Esta é a frase que a "Enfermeira" Belita mais ouve quando chega a um hospital. A personagem que Isabel Rosado veste quando espalha afectos e sorrisos junto dos séniores trouxe-lhe um novo sentido de missão para a sua vida.
Foi a incentivar o meu marido para se lançar como doutor palhaço que o meu entusiasmo por esta área surgiu, naturalmente. Vê-lo realizado contagiou-me! Numa altura em que ponderava mudar de rumo profissional, dado que o ensino começou a deixar de fazer sentido na minha vida, pensei “Porque não dedicar-me à Associação de Doutores Palhaços e, ao mesmo tempo, acompanhá-lo nesta missão de levar um sorriso aos seniores?”
Este é um projeto de família. O meu papel foi de incentivo, de apoio. Quando temos o apoio daqueles que connosco convivem, acho que é mais fácil “atirarmo-nos” para a frente em novos desafios. Em Fevereiro deste ano decidimos formar a Associação e o nosso trabalho começou nesse mesmo mês.
“Vestir” a pela da Enf. Belita acabou por tornar-se uma tarefa fácil, afinal de contas tenho o professor na minha própria casa.
Existem várias similaridades entre a Isabel e a Belita: ambas somos muito risonhas, gostamos de ver o lado “cor-de-rosa” da vida, gostamos de ouvir, de distribuir sorrisos, alegria e muitos mimos.
Já ouvimos poesia, canções das quais não reza a história, estórias de outros tempos, mas, acima de tudo, testemunhos de vida! Temo-nos cruzado com pessoas de todas as classes sociais, com condições de vida muito variadas, que connosco partilham saberes e vivências.
Acho que a maior lição até agora foi a tomada de consciência de toda a problemática à volta dos idosos, quer seja a falta de sensibilização da sociedade para os problemas desta faixa etária, o isolamento a que estão sujeitos, a falta de compreensão para com eles e a diminuta consciência por parte da sociedade de que é uma faixa etária em grande crescimento.
Assumimos como foco dos Palhaços d’Opital os seniores. Esta é a faixa etária que mais vai crescer nos últimos anos. A Europa começa agora a despertar para esta realidade. Quanto às empresas, algumas já têm essa noção mas ainda estão pouco sensibilizadas.
Consideramos que, desde sempre, e em todo o lado, o apoio a internados é frequentemente direccionado para crianças. Por isso sentimos necessidade de desenvolver um tipo de apoio mais dedicado à terceira idade. Fomos inspirados por vários projetos meritórios nesta área, como a Operação Nariz Vermelho, sem dúvida o projeto mais marcante em Portugal em doutores palhacos, mas também por outros grupos a nível mundial que já tivemos a oportunidade de conhecer. Alias, foi graças aos conhecimentos que fomos reunindo que nos apercebemos da lacuna que existia: os vários projectos estão muito dirigidos à criança.
Trabalhamos sobretudo com o afecto, o toque, o escutar. Aquilo que desenvolvemos com os idosos é completamente diferente do que se faz com as crianças. Os nossos idosos estão muito sozinhos e por vezes mesmo abandonados nos hospitais, sem visitas, sem rostos, sem calor. E isto deve-se bastante à centralização dos serviços.
Este é um projeto pioneiro a nível mundial, dado que somos a primeira Associação de Doutores Palhaços no terreno focados nos seniores. É claro que no terreno trabalhamos com todas as idades e não nos restringimos a trabalhar só com os seniores. Em ambos os Hospitais com que temos parcerias pediram-nos para visitarmos a pediatria e nós visitamos este serviço com o mesmo amor, carinho e dedicação com que visitamos os outros serviços. Por isso o nosso foco principal são os seniores mas o público que “atingimos” é bem mais vasto.
A nossa interação com os profissionais de saúde é fundamental neste tipo de trabalho. Acabamos por não trabalhar apenas com os internados, mas também com os cuidadores.
No terreno é muito fácil percebermos que chegamos ao coração das pessoas. Quando saímos de um quarto é fácil perceber a transformação que lá ocorreu. Durante estes nove meses de trabalho temos aprendido lições de vidas… muitas lições para a vida!
É muito recompensador quando chegamos e ouvimos “têm mesmo que ir falar com o paciente da cama tal. Está mesmo a precisar de vocês!”. O nosso trabalho foi muito bem acolhido pelos vários profissionais de saúde. A nossa visita a um serviço começa com a partilha de informações várias sobre os pacientes, queremos saber tudo, pois só assim podemos atuar de forma mais adequada a cada caso e resgatar sorrisos!
Nos Hospitais de quem somos parceiros começámos a nossa intervenção “pé ante pé”. Passado um mês de termos com 2 serviços, Pediatria e Medicina, já tinhamos outros serviuços a solicitar a nossa presença. Nada pode ser mais motivante!
Ter nomes como Ruy de Carvalho a apoiarem-nos é excelente, além de que ele representa bem o nosso público-alvo, os seniores. E ter este apoio ao fim de apenas uns meses é muito compensador e encorajador. Dá-nos ânimo e força para continuar!
Sim, temos vários projetos e serviços nesta área específica com foco nas crianças, adultos e idosos. Desde divulgação da mesma e seus serviços, promoção de soluções, animação de eventos, etc;
Queremos trabalhar os afectos, espalhar sorrisos! Estamos a apostar em Santas Casas da Misericórdia, Residências Séniores e Lares sempre na perspetiva de implementar os nossos serviços e soluções de forma a humanizar serviços, trabalhar os afetos, espalhar sorrisos, alegria e humor, etc
Alegria e humor são urgentes! Acredito neste trabalho, nas personagens que criámos e no que elas proporcionam através de um contato próximo com as pessoas. Sabemos o quanto a sociedade precisa de projetos como o nosso, naturais, desinteressados, fruto de valores
