Valores: empenho, honestidade, persistência
Idade: 34 anos
Naturalidade: Porto
Há empresários que apenas entram em novos mercados para serem líderes, Ana Catarina Nogueira apenas compete para ser campeã. Depois de uma carreira distinta no ténis, onde foi tricampeã a nível nacional, Catarina apaixonou-se pelo padel e em três anos, já conquistou três títulos. "Jogar cada vez melhor" e "levar esta modalidade fantástica a mais pessoas" são os seus actuais objetivos.
Passado algum tempo de ter parado com a minha carreira de jogadora de ténis senti saudades de jogar e de competir. Como sou competitiva e sempre gostei de jogar vários desportos, o padel surgiu como uma solução para me manter a praticar um desporto e competir sem a mesma exigência que havia no ténis.
A grande vantagem do padel em relação ao ténis é que é uma modalidade mais divertida, fácil de aprender e menos exigente, quer física, quer tecnicamente, o que permite que todos (adultos, jovens e crianças) o possam praticar e jogar com sucesso, independentemente de terem praticado ténis ou não.
Costumo dizer que o padel tem “vida própria", contrariando a primeira tendência de definir o padel como uma mistura entre ténis e squash. É uma definição demasiado pequena e estereotipada daquilo que a modalidade é realmente, sobretudo pelo cariz familiar e social que tem.
O padel começa a ganhar expressão em Portugal. Inicialmente as pessoas não sabiam o que era. Contudo, não deixa de ser uma modalidade relativamente recente e, por isso, é natural que o seu desenvolvimento seja gradual.
A nível de performance, tenho sempre o objectivo de melhorar o meu rendimento, jogar cada vez melhor. Sinto também que tenho a missão de “levar” o padel a cada vez mais pessoas, dando a conhecer e a experimentar esta modalidade fantástica. Dentro desta perspectiva, tenho procurado implantar um clube de padel com vários campos uma vez que no Porto há manifestamente poucos.
Sou uma pessoa muito terra a terra e vocacionada para a tarefa. Quando por vezes me falta essa motivação natural, inspiro-me nas pessoas mais próximas que me rodeiam e que para mim são exemplos de força, energia, dedicação e profissionalismo.
Às atletas que treino na selecção nacional sub-18 de ténis, procuro passar os conhecimentos e a experiência que recolhi durante a minha carreira de jogadora, sob o ponto de vista técnico, táctico, físico e mental. Além disso valorizo o trabalho, o empenho e a dedicação e não tanto as vitórias e derrotas.
É importante continuar a ligada ao mundo do ténis, mas não é essencial. Neste momento, pelas circunstâncias em que estou envolvida, o padel tem vindo a ganhar uma importância cada vez maior na minha vida tendo em conta as competições que tenho planeado fazer, e de que são exemplo a participação em 3 etapas do WPT (World Padel Tour) e o projecto de clube de Padel que pretendo implementar.
Em competição, qual o meu último limite? Hmm... Até cair para o lado…
Ser um bom exemplo a nível de desporto é ser humilde e coerente, é saber ouvir, reconhecer quando se erra e também cumprir regras, claro.
Lido mal com as derrotas. Não gosto mesmo nada de perder. Ainda agora preciso de algum tempo sozinha a seguir ao jogo para “digerir” a derrota.
Penso que, aos poucos, a maioria das pessoas vai percebendo a importância do desporto na vida e dedicando mais tempo à prática da actividade física, apesar de, no sentido inverso, os nossos governantes “atirarem” ao lixo esse trabalho de anos reduzindo valor, relevância e carga horária à disciplina de Educação Física que é essencial para incutir e criar hábitos de vida saudáveis nas crianças e jovens sobretudo em tempos de crise em que não há dinheiro para ginásios, clubes, etc.
O padel como qualquer outra modalidade que potencie a prática de actividade física e um estilo de vida saudável e de bem-estar devia ser abordado na escola para que as crianças e jovens o possam continuar a praticar ao longo da sua vida.
A quem pretende seguir o desporto de alta competição aconselho: disciplina, empenho, dedicação, persistência, vontade, sacrifício e superação.
Photos © Pedro Couto