Valores - desafio, alegria, ousadia
Idade - 45 anos
Naturalidade - Brasil
A voz faz parte da sua vida. Já deu consultas a atores, cantores, locutores, pivots, artistas de rádio, professores… e não só. Hoje é assessora e consultora em voz e comunicação profissional e empresarial e a comunicação verbal e não verbal, e tem um projeto que sugere "ouvir o que não é dito", denominado Mais Expressão.
Comecei por estudar piano aos 9 anos logo, a música esteve presente desde cedo na minha vida. A ligação às artes foi imediata mas o canto chamou-me mais à atenção. Até aos 17 anos estudei música e canto coral dentro do Conservatório. Comecei a estudar canto por terapia, estudei 10 anos de canto...cheguei a cantar em teatros, em bares, casamentos... cheguei a ter uma banda que fez apresentações públicas.
Descobri um curso no Brasil - fonoaudiologia -, em que uma das cadeiras se chamada voz e motricidade orofacial. A Fonoaudiologia no Brasil abarcou tudo o que eu gosto: linguagem oral e escrita, voz, audição e motricidade orofacial. Destas, a minha paixão era voz, motricidade orofacial que já dominava pela minha atividade e a linguagem que permeia tudo.
Fui estudar Expressão facial das emoções em 2013 e encantou-me. Comecei então a ter o bichinho da voz….cheguei a dar aulas de canto, e foi aí que surgiu a terapia da fala. Era um complemento à minha atividade de dentista.
A Terapia da Fala surgiu devido a um acidente no ombro direito que me incapacitou de certa forma, e assim começou… ninguém associa a medicina dentária à terapia da fala. A verdade é que, após 21 anos de atividade profissional na medicina dentária no Brasil e vim para Portugal em ..., e continuei o meu percurso.
Sempre gostei de lidar com o ser humano. Os gestos têm de estar coerentes com as palavras que saem das nossas bocas.
Não é possível não comunicar. Há muito mais além da palavra, simbolismos e significados, presentes também na voz e no corpo e que, juntos, devem ser coerentes com as nossas ideias e sentimentos. Foi pela conclusão do meu mestrado - que estudava a voz do Roberto Carlos, que descobri o potencial da Expressão Verbal, mas também da Expressão Não Verbal.
Considerando que mais de 80% da comunicação é não verbal, isto é, compreendida pelas nuances da voz e do corpo, dominar esses aspectos é fundamental para qualquer pessoa que faça uso da comunicação e o queira fazer de forma eficaz, seja no âmbito pessoal, como profissional. Não é possível não comunicar e isso tudo faz parte do processo. Há muito mais além da palavra, simbolismos e significados, presentes também na voz e no corpo e, que juntos devem ser coerentes com as nossas ideias e sentimentos.
Voz é não verbal, a fala é verbal. Ninguém pensa nisto, mas é a verdade! A palavra que usamos é o verbal, a voz é àquilo que falamos. A terapia da fala é uma área ampla, diferente do que as pessoas pensam. Não lidamos somente com perturbações ou patologias da fala. Lidamos com a Comunicação como um todo, por meio da linguagem, da fala, da voz, da face e dos gestos, enfim, do corpo todo. Exatamente por ser transdisciplinar e envolver aspectos das áreas das ciências médicas e humanas e, que têm a ver com a minha própria formação e história de vida, e por isso encontrei na Terapia da Fala a minha realização.
Sou apaixonada pela voz e pelo mistério da linguagem corporal. Amo comunicar e ver o outro sentir o que diz e dizer o que sente! As palavras puxam elas próprias pelas sonoridades e forma de as expressar. Há palavras que "pedem" mesmo isso ... Conjugar as palavras, o olhar e o sorriso é aquilo que faz a diferença num ator.
Um desafio curioso que lanço sempre: "Leia como se estivesse a falar com alguém! De forma expressiva!" Um gesto repetitivo ou incoerente, um tique, um vício da linguagem, uma voz pouco enfática ou com uma ressonância desajustada, são aspectos que podem ser trabalhados. Na verdade, eu busco e permito que aflore o melhor que a pessoa possui, preservando a sua identidade, a sua personalidade. A espontaneidade e a naturalidade devem sempre sobressair. O meu papel não é “mecanizar” pessoas, mas se existem barreiras que possam causar ruídos na comunicação, eu auxilio na sua percepção e ajuste para excelência.
Sensibilizar, conscientizar, propiciar a percepção, treinar e automatizar, trabalhar comportamentos e hábitos, são mecanismos. Na minha atividade avalia-se, analisa-se, leva-se em consideração a pessoa, o seu contexto, as suas necessidades. Estabelecem-se metas, um plano de trabalho com base sólida. Além de mostrar o que está bom e menos bom, trabalha-se o como, isto é, o que pode ser feito para melhorar. Existem métodos, técnicas, exercícios, mas é preciso conhecê-los e esse é o diferencial. Não basta dizer, é necessário trabalhar e propiciar resultados visíveis e audíveis.
Saber coordenar o que dizer e como dizer, ou seja, a palavra certa na hora certa (o contexto), com a voz adequada e o corpo coerentes é criar mais do que um simbolismo, mais do que um elo com outro. As palavras carregam características fonéticas, semióticas, pragmáticas, prosódicas, entre outras, que causam impacto. A isso acrescemos a voz, que por sua vez apresenta parâmetros como qualidade, intensidade, frequência, extensão, ressonância e outros, que instigam sensações. O corpo reforça essas palavras e promove grandes efeitos no interlocutor. A comunicação é um via de mão dupla e o resultado final é o outro, para quem comunicamos. Por isso buscamos uma comunicação eficaz, assertiva e credível.
É absolutamente necessário ter uma voz saudável, credível e equilibrada, sobretudo para Todos os profissionais que usam a voz e o corpo como forma de comunicação. E, sobretudo, que a voz esteja de acordo com a sua função e contexto de atuação profissional. Um jornalista deve ser imparcial, mas a sua comunicação deve ser expressiva, sempre! Isso leva à eficiência e ao sucesso.
O corpo, na realidade, mostra o que pensamos e a boca pode ou não falar o mesmo. O que se busca é uma ligação entre ambos de modo que a mensagem seja transmitida de forma que o interlocutor a percepcione como credível.
Acredito em otimizar uma voz e a comunicação, cada vez mais necessárias hoje em dia, seja para vender, atender ou transmitir uma ideia. Não pretendo "confeccionar" vozes ou corpos, mas tirar o melhor de cada um deles, respeitando as suas individualidades e os contextos. Obviamente que existem profissionais da voz que necessitam de cuidados maiores para o seu sucesso profissional e posso auxiliá-los do ponto de vista orgânico e estético, de forma prática e rápida, porém científica.
A respiração apresenta tantos simbolismos e pode demonstrar e auxiliar certos estados. É transversal a tantas áreas, desde a medicina tradicional às medicinas alternativas. É a fome de viver, o combustível da voz, a segunda “bomba” do organismo.
A linguagem corporal é um universo em constante estudo e mudança, pois tem a ver com a cultura, com o contexto, com o género, com a idade e com muitas outras questões que fazem parte do processo. Mãos e determinados dedos podem simbolizar diferentes estados emocionais, assim como todo o corpo. O corpo é dividido por segmentos, desde a cabeça, pescoço, tórax, ventre, quadris, braços (com mãos e dedos) e pernas (com os pés) e em cada um deles podemos perceber sinais. Existem variadíssimas combinações com significados distintos.
Trabalhar em equipe, em parcerias, além de motivador é engrandecedor. Acredito piamente que complementar o que assessores pessoais e de imagem já fazem é um trabalho transdisciplinar, onde vigora o respeito e a ética. Ninguém sabe tudo. É uma tendência que vem ocorrendo e muito feliz por sinal. Aprende-se muito e ajuda-se muito.
Quando trabalho com um determinado profissional eu preciso conhecer o seu contexto e isso faz toda a diferença. Trabalhar com um empresário que necessita comunicar é diferente de se trabalhar com um ator, pois são universos que utilizam os mesmos aspectos, mas com particularidades bem vincadas. São esses desafios que me motivam a continuar no caminho do conhecimento, da investigação científica e é isso que credibiliza o meu trabalho.
Já fui procurada por pessoas hétero e homossexuais porque queriam melhorar a sua voz e sua comunicação do ponto de vista geral, não porque ressaltava a sua sexualidade, mas também poderia e pode ocorrer. O meu trabalho e a minha missão ética e pessoal é ajudá-las a resolver uma questão, dentro da minha área, respeitando as suas necessidades. O processo depende de mim e do outro e, às vezes de fatores externos.
A concorrência, a crise e a criatividade levaram a que estas áreas se comecem a encontrar em vários locais, à mudança de paradigmas no país, ao desenvolvimento, inovação e evolução. Artigos publicados por grandes profissionais de renome nacional e internacional e, óbvio que com esse esforço, os resultados são notórios nos pacientes/clientes e comprovados cientificamente.
Sou movida por sonhos, filha de imigrantes portugueses, onde palavras e atitudes como desafio, coragem, alegria e ousadia foram “ordem” em casa. Sou metade brasileira (de nascimento) e metade portuguesa (de sangue), uma mistura e coerência feliz. Depois, eu acredito nas pessoas, pois o meu trabalho é para elas. Sei que posso ajudá-las em algo que é próprio do ser humano: Comunicar. Porque o pior que pode acontecer para um ser humano é não poder comunicar. Amo o que faço e tento a cada dia ser mais aplicada nisso, pois é um dever para com o outro. O conhecimento não tem sentido se não for partilhado e se não servir para o bem do outro. Senti que esse era o momento de ter um projeto próprio, pela minha trajetória profissional. É um projeto luso-brasileiro e que respeita duas culturas, que são irmãs.
O que eu espero? Sinceramente, eu espero ver o sorriso na face das pessoas e ouvir uma voz de alegria. É isso que me faz feliz, é essa a minha missão!
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