Valores: Gratidão, Compaixão, Perseverança
Idade: 33 anos
Naturalidade: Aveiro
Primeiro foram as palavras. Na rádio e na televisão, Ana Morais contou estórias. Seguiu-se o mundo da blogosfera, onde continuou a comunicar através do seu Tapas na Língua. Depois vieram as linhas e os fios. Nascia assim a paixão pela tecelagem manual e ganhava vida o CASULO.
Jornalista de formação, fiz rádio e televisão. Quando fiquei desempregada, senti necessidade de continuar a comunicar e assim nasceu o blogue. Das palavras evoluiu para a fotografia e para um sem número de projectos criativos, desde receitas a tutoriais de faça-você-mesmo, com o intuito de inspirar sempre mais os leitores.
Passar à prática? Acho que a vontade incessante de fazer sempre mais e melhor...e isso só se consegue com muita prática e aprendizagem constante.
O projecto CASULO surgiu durante a minha licença de maternidade, em que tive necessidade de ocupar algum do tempo livre (nomeadamente das sestas da bebé) com algo novo e criativo. Comecei por aprender técnicas de macramé de uma forma autodidacta. A prática e a paixão por esta arte foram crescendo, e depois de trabalhar em várias peças de decoração num estilo boémio para a minha própria casa, decidi partilhá-las com outros, e assim nasceu o CASULO.
Não foi complicado, porque hoje em dia é fácil partilhar o nosso trabalho nas redes sociais. O facto de ter um blogue com alguma notoriedade permitiu-me partilhar o meu trabalho do CASULO com mais pessoas de uma forma muito rápida e descomplicada. É claro que há sempre aquela dúvida de saber se as pessoas vão gostar, ou se vai ser bem aceite... Mas os produtos esgotaram todos no dia a seguir a serem lançados, por isso rapidamente percebi que o feedback não poderia ter sido mais positivo.
Quando o CASULO se começou a tornar num projecto mais coeso, as dificuldades prenderam-se (e ainda se prendem) com a organização de tempo. Por enquanto, sou apenas eu a tratar tudo: desenhar e criar as peças, responder a encomendas, responder a emails, negociar com fornecedores, alimentar as redes sociais, embalar as peças e tratar do respectivo ‘shipping’...Gostava mesmo que o dia tivesse pelo menos mais 4 horas. :) Agora a tempo inteiro e mais tempo houvesse! :)
Casulo? Porque é feito em casa, no meu casulo. E porque depois do casulo (quando a peça ainda está em bruto a ser concebida) vem a borboleta (a peça final) ;)
Inspiração? Em tudo. Na música, na minha filha, na natureza, nas viagens, em pequenos detalhes do dia-a-dia... Tudo pode ser fonte de inspiração desde que se esteja predisposto a receber. Estar atenta, de olhos e coração aberto ao que nos rodeia.
A receptividade tem sido muito boa. Internacionalmente tem sido uma grande surpresa, porque o envio para alguns países é um pouco caro, e ainda assim pessoas da Austrália ou do Japão encomendam casulos. O que me deixa muito contente.
Feedback? Muito bom. Para mim o que mais me motiva e me toca são os emails de agradecimento das pessoas que encomendaram uma peça e que adoraram recebê-la, que deixaram que um casulo fizesse parte das suas casas. Muitas pessoas voltam a fazer uma segunda encomenda o que me deixa sempre muito orgulhosa, porque é sinal que genuinamente gostam do meu trabalho. A decoração de casamentos também é a prova de que as pessoas acreditam em mim, caso contrário não me confiariam o dia mais importante da vida delas. :)
Não há tempo para tudo. Tem que ser uma coisa de cada vez. As crónicas em revistas abrandaram e o blogue tem sido menos alimentado do que eu gostaria. Temos que estabelecer prioridades e antes de todas elas está a família e as relações pessoais. (E supostamente nós próprias... Confesso que me tenho esquecido um pouco de mim, mas já prometi que isto tem que mudar... Gostava de pelo menos voltar ao pilates ou à dança, e arranjar aquela horinha por mês para me mimar).
Eu gosto muito da expressão "baby steps", porque é assim que tem ser. Uma coisa de cada vez. O próximo passo é "cozinhar" a próxima colecção do CASULO, enquanto continuo a responder a outras encomendas. Depois de alguns convites, começo também a ponderar a ideia de dar workshops (o que será um grande desafio, porque antes de tudo terei que combater o factor: timidez!)
Realizada? Nunca me senti tanto. :)
Sim, sou uma empreendedora. No sentido de querer fazer sempre coisas diferentes, inovar, tentar perceber do que é que as pessoas gostam, estar atenta ao que se passa à minha volta, às tendências e fazer com que este projecto cresça sempre um bocadinho mais.
O plano é não ter grandes planos nem expectativas muito altas. É estar em constante aprendizagem e tentar fazer sempre mais e melhor, para que este trabalho seja todos os dias desafiante.
Peça favorita? O "CABANGA" porque surgiu de muita tentativa/erro, de experimentação de técnicas novas, de frustração e de uma grande dúvida se aquela peça ficaria bem. Quando terminei, adorei o resultado. É a lição de que é preciso experimentar e errar muitas vezes, até chegar ao que queremos. É também uma das peças preferidas das pessoas.