Valores: Respeito, sinceridade, partilha
Idade: 27 e 28 anos
Naturalidade: São João da Madeira
Atentas às tendências e com um gosto particular por malas de mão, Ana Neto e Daniela Marques resolveram dar uso à criatividade e criar um projecto a quatro mãos. Com produção nacional, aliando matéria-prima de qualidade ao bom gosto, a Maria/Maleta apresenta-se como uma marca elegante e sofisticada, a melhor amiga de qualquer mulher portuguesa.
Somos amigas de infância, desde os 12 anos. Ambas estudámos áreas científicas, tanto no liceu como faculdade. A Daniela é gestora de qualidade numa empresa de dispositivos médicos, a Ana é farmacêutica e trabalha para um laboratório. O percurso profissional, tendo em conta o momento de crise vivido na época de término de curso, foi sempre razoável para as duas, apresentando vontade e uma postura ativa no mercado de trabalho. Atualmente, trabalhamos para a Maria/Maleta em part-time, tentando sempre conciliar ao máximo com outras atividades. Num futuro próximo, a Maria/Maleta será um projeto a tempo inteiro.
O facto de nos conhecermos há mesmo muito tempo, e dividirmos casa já lá vão 9 anos, deu-nos vontade de ter um projeto juntas. Partilhámos tantas vivências, tantas experiências, tanta coisa, que um projeto conjunto faria todo o sentido. Seria mais uma experiência. Como temos familiares envolvidos na indústria do calçado, fomos levadas a pensar nessa direcção até que chegámos às malas.
No verão de 2013, numa conversa rotineira, a ideia das malas surgiu e como a vontade já era grande, tendo um ponto de partida tudo seria mais fácil de ser executado. Ambas ambicionamos ir sempre mais além daquilo que somos e conhecemos Desde de sempre, fomos curiosas e pessoas de por mãos à obra. Quando a ideia surgiu, foi mesmo uma questão de a executar com a maior vontade.
Neste momento, a empresa funciona com duas bases. A Daniela mais focada na gestão e contacto com clientes, e a Ana na parte de produção e fornecedores. Ambas, entre brainstormings e idiotices, discutimos a parte criativa. Consoante as nossas agendas e disponibilidade, tentamos sempre arranjar a melhor forma para a empresa nunca sair lesada.
Hoje em dia não é complicado pôr as coisas em prática desde que haja vontade e sacrifício para fazer as coisas acontecerem. Deixámos de ter fins- de-semana, houve muitas experiências de tentativa/erro. Tudo aconteceu num abrir e fechar de olhos. Relativamente a burocracias, é a parte mais ‘chata’ do processo mas não é complicado.
No início tudo foi complicado, porque era tudo novo e ainda é. Aos poucos vamo-nos encaixando e aperfeiçoando o nosso lado de ‘empresárias’. É uma descoberta constante. Claro que tivemos e temos ajuda de familiares e amigos, que vão sempre dando dicas e informações úteis. Mas acho que no início, a maior dificuldade foi mesmo a gestão de tempo.
As coleções ainda são poucas porque o projeto só tem um ano e três meses. No entanto, desde de início quisemos que não houvesse rigidamente uma coleção de outono/inverno e primavera/verão. Temos uma de lançamento, uma de verão e outra de inverno. Não fazemos uma distinção muito vincada nas passagens das estações. Queremos que as pessoas possam usar uma mala de uma forma intemporal, ainda que a mala possa ser sugestiva a inverno ou verão consoante a palete de cores e a escolha de materiais. Tentamos também marcar as coleções com novidades, um modelo novo, um pormenor/detalhe novo. Desta forma conseguimos visualizar o crescimento da marca.
Inspiramo-nos no dia-a-dia, na mulher do século XXI e na nova forma de estar que a mulher tem desenvolvido e vincando nos tempos actuais.
A receptividade até agora tem sido bastante boa. Todo o feedback tem sido muito positivo. O que nos deixa orgulhosas e com entusiasmo para fazer mais e melhor.
O próximo passo será o lançamento de um novo produto. Relativamente a uma loja física, tivemos agora a experiência com a #portobrands: uma pop up que tivemos aberta de novembro a janeiro e onde se juntaram a nós mais 5 fantásticas marcas do Porto. A experiência foi extremamente positiva e bastante importante para o crescimento, aperfeiçoamento e divulgação da marca. No entanto, o projecto foi apenas para pop up e uma loja permanente ainda não faz parte dos nossos planos.
Sentimo-nos bastante satisfeitas e felizes por tudo que até agora alcançámos, quer profissionalmente, quer pessoalmente. Temos noção que ainda há muito para fazer, melhorar e trabalhar. Estamos concretizadas mas realizadas penso que só quando todos os objectivos forem atingidos, porque ainda temos muito pano para mangas, como se costuma dizer.
O nosso objectivo nunca foi o de nos assumirmos como empreendedoras, mas sim fazermos algo que queríamos há muito tempo. Nos dias que correm, dá-se nome a tudo. Somos jovens a pensar no futuro, com vontade de trabalhar e chegar mais longe. Pode correr mal ou bem, mas estamos entusiasmadíssimas a tentar. Se isso é ser empreendedoras, então somos.
Planos para o futuro? Muita coisa, muitas ideias. Coleções para fazer, materiais para escolher.


