Está em curso campanha dirigida às empresas, para que um terço dos lugares dos conselhos de administração seja ocupado por mulheres. Pela voz doce de aguerrida Secretária de Estado, disse o Governo, suavemente, que se tal objetivo não for obtido atempadamente e a bem, o será mais tarde por imposição legal, por existirem razões que justificam o valor acrescido das lideranças femininas para as organizações em geral e especialmente para as que são dirigidas só por homens.
Iniciativa louvável, não por as mulheres serem mais palavrosas que os homens e por o discurso lógico feminino dar saltos tão tremendos que a maioria dos homens tem dificuldade em acompanhar, mas porque as mulheres são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo, como falar ao telefone enquanto veem e ouvem televisão, folheiam revista de moda ou leem relatório científico e apreciam as vestes (e não só...) de quem aparece no seu “radar”. Vejam lá se homem que se preza faz outra coisa, quando se cruza com donzela ou beldade, que não seja fazer... uma figura triste, ou se escuta alguém, enquanto vê futebol...
Sendo a visão holística das questões empresariais vital para assegurar o sucesso, as mulheres estão naturalmente mais preparadas que os homens para vencer no mundo dos negócios. Acresce que nos países desenvolvidos e em termos globais, as mulheres são mais escolarizadas que os homens, e invadem cada vez mais cursos e profissões vistas tradicionalmente como masculinas, num mundo dominado por homens que não evidenciam, para tal, qualquer vantagem comparativa de género.
A força das mulheres manifesta-se de formas únicas e complexas, cada vez mais necessárias numa sociedade que é tanto mais global como desigual. A gestão feminina traz para as organizações um olhar diferente, mais centrado nas pessoas e que por todos é sentido como mais solidário, caraterísticas fulcrais para motivar, de forma acrescida, colaboradores. Além de que as mulheres não dissociam a dedicação ao trabalho da disponibilidade presente para com a família, ao invés dos homens, que facilmente esquecem obrigações familiares para cuidarem das “suas” empresas, e assegurarem o “seu” sucesso profissional.
Sem esquecer que as mulheres são mais capazes que os homens de apreciar e valorizar as qualidades humanas, mesmo quando apontam defeitos. E se os sabem apontar!... Mas não é a crítica construtiva, positiva e motivadora, que a todos nos faz singrar?! E se a Humanidade é composta maioritariamente por mulheres, não deve a capacidade gestionária das mulheres ultrapassar a quota de 10% atual?
Quem trabalha em organizações de solidariedade social ou em clubes de serviço, verifica que as mulheres preferem resolver problemas que afligem a Sociedade, em vez de teorizarem sobre os mesmos, como o fazem tantos homens. Diz a História, e a observação dos líderes políticos mundiais, que estes quase sempre são homens, e que são eles que conduzem Povos e Nações às guerras. Não devemos esquecer a frequência crescente com que mulheres assumem cargos da maior relevância política, económica, técnica, científica, artística e social, com resultados que se destacam, face aos atingidos pelo universo masculino.
Mais que apregoar a necessidade dum "mundo melhor", as mulheres sabem concretizar ideais de fraternidade e potenciar a criação de oportunidades para, denodadamente, mudar o mundo que as rodeia, em que tantos carecem de muito mais amor, solidariedade e trabalho. São algumas das razões porque admiro e amo as Mulheres, que sinto mais capazes de fazer valer ideais de solidariedade e de concretizar o amor que brota dentro de cada um de nós. Razões para maior igualdade, de género e de oportunidades...
Gil Patrão, Engenheiro