Valores: Amor, Trabalho e Resiliência.
Idade: 32 anos
Naturalidade: Nascida e criada no Porto
Jornalista de formação e vocação, Ana tem-se dedicado ao mundo das notícias desde 2004. Comércio do Porto, Comércio de Gaia, Sol, Sábado fazem parte do seu currículo, onde também se inclui a passagem por uma agência de comunicação. Mas o ponto alto do seu percurso profissional aconteceu em Dezembro de 2010, quando aceitou o desafio de dois amigos e viu nascer o jornal online Porto24.
Em 2008, se a memória não me falha, fui desafiada por dois amigos e colegas de faculdade, o Pedro Rios e o Pedro Candeias, para me juntar a um projecto, na altura ainda embrionário, que eles tinham de criar um jornal digital local. Vieram falar comigo por saberem que, enquanto freelancer, a minha estabilidade era, por definição, diminuta e por considerarem que eu conhecia bem a cidade.
Eles traziam na bagagem a experiência de fazer o JornalismoPortoNet e queriam criar algo, inspirados pelo alcance desse portal do curso de JCC, que fosse mais abrangente e um verdadeiro negócio, ou seja, que não se ficasse só pelos temas da Academia e que explorássemos comercialmente. Eu tinha a experiência d'O Comércio do Porto e de saber como funcionavam os jornais locais tradicionais. Não havia, e continua a não haver, nada igual no Porto.
Durante dois anos, talvez mais, reunimo-nos em casa de um de nós e fomos 'desenhando' o site. Se não estou em erro, no final de 2009, soubemos do projecto do UPTEC para a baixa, o P.INC, e fomos atrás de um espaço na nova incubadora. A partir daí, durante todo o ano de 2010, tivemos aconselhamento na construção de um plano de negócios e começámos logo a tirar partido das possibilidades de networking que a Universidade nos oferecia. O apoio que tivemos foi ao nível desta incubação, à boleia da qual a renda da redacção é mais económica do que noutro sítio da cidade, temos acesso a formação na área de gestão, estamos próximos de outros órgãos de comunicação social (como a Lusa ou o Público). A empresa que detém o jornal foi criada com capitais próprios e um empenho pessoal e total ao qual não é possível colocar um valor.
A maior dificuldade foi lidar com a parte do negócio. Em primeiro lugar, dos 3 sócios iniciais, só um é que não era jornalista, o que fazia com que o nosso 'departamento' de vendas fosse só uma pessoa. Depois tivemos dificuldades, no sentido em que demorou tempo, em construir uma marca. Não me refiro ao acto de criar e registar a marca Porto24, mas sim ao trabalho de afirmação da marca Porto24 e em atingir um tráfego que fosse minimamente interessante aos olhos dos anunciantes. Na verdade, este trabalho, no seu conjunto, só seria conseguido mais tarde, sobretudo depois da entrada de novos sócios na empresa. No início de 2012, os outros fundadores do Porto24 deixaram o projecto e poucos meses depois juntaram-se a mim na sociedade o David Pontes, o João Aires e o Hassan Claussen.
Neste momento, o Porto 24 é um projecto a tempo inteiro e mais algum. O que não quer dizer que não trabalhe noutros projectos. Mantenho-me a colaborar com o semanário Sol. Não tenho horas para sair, trabalho à noite e aos fins-de-semana.
O projecto fez 4 anos no dia 10 de Dezembro de 2014. Nesse período, ganhou mais leitores, muitos amigos e conquistou a confiança de anunciantes importantes na cidade e na região, como por exemplo Serralves, o Theatro Circo de Braga, o Teatro Nacional São João, o Centro Cultural Vila Flor ou a Câmara de Oliveira de Azeméis.
Tenho aprendido imenso, profissionalmente, mas também pessoalmente. Profissionalmente, sei agora muito mais sobre negócios, gestão de empresas, gestão de recursos humanos do que há 4 anos. Isso é certo. Sobre a cidade também aprendi imenso. Adoro viajar, mas sempre sabendo que volto à Invicta. Se antes de me meter nesta aventura chamada Porto24, já era uma apaixonada pela cidade, hoje sou-o mais. E conheço-a melhor. Também me preocupo com ela, a cidade, mas isso são outros 500, como se costuma dizer.
Projectos para o futuro? Falando do Porto24, crescer. Afirmar ainda mais a marca Porto24, conquistar mais leitores, firmar parcerias que sejam uma mais-valia para nós e para a cidade e 'engordar' o volume de negócios.
Sinto-me realizada? Sim e não. Há muita coisa que ainda quero fazer, profissionalmente e pessoalmente. O que tenho não chega para me sentir totalmente realizada. Mas isso é bom, não?



Photo© Mafalda Pessoa Jorge